terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Precisamos falar sobre Canibalismo #1

PRECISAMOS FALAR SOBRE CANIBALISMO


Grandes artistas brasileiros apoiam o canibalismo, mas devido à repressão desta ditadura que é o Brasil, o fazem de uma maneira sutil. E você, está pronto para lutar pelos direitos canibais? 

AVISO: CONTEÚDO POLÊMICO E PARA UMA SOCIEDADE CONSERVADORA "IMPRÓPRIO". TIREM SUAS CRIANÇAS REACIONÁRIAS DA SALA! CANIBALOFÓBICOS NÃO SÃO BEM-VINDOS!


Por Friedrich Ludwig Von Juntz da Silva*

*Correspondente brasileiro da Unaussprechlichen, revista online alemã do Canibais Universais, principal movimento da causa.

Olá amigxs. Esta é uma série de posts que lida com os direitos canibais, e gostaria de começar com uma pequena história da semana passada.

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Aconteceu uma coisa realmente incrível.

Estávamos eu e minha filha Nina de 6 anos num restaurante e o garçom nos perguntou o que queríamos comer. Eu disse que queria um braço francês passado no sangue de um inglês, de preferência ambos brancos para não pesar tanto no estômago. De sobremesa, uma torta de fetos alemães com merengue. Minha filha pediu um sanduíche de soja com o coração de um russo mal passado e dedinhos fritos de crianças finlandesas para acompanhar.

O garçom nos fitou com olhos raivosos e disse: "Vocês são canibais? Provavelmente votaram na Lula e na Dilma também. Aqui é Dr. Rey Presidente e este é um restaurante vegano!", com isto, estufou o peito e segurou o cardápio de maneira ofensiva, como se fosse um disco de arremesso.

Eu já estava me levantando, triste com o preconceito, mas minha filha Nina me pegou no braço e não me deixou levantar. Me deu um belo sorriso com seus dentes afiados por ela mesma e voltou-se ao garçom:

-Tio, qual o seu nome?

-Pierre Windsor Romanov, pequenina. Não acredito que seu pai está te doutrinando pra ser uma canibal!

-Moço, nós apoiamos a causa vegana; disse minha pequena sacerdotisa de Xipe Totec, subindo na mesa para que todos pudessem vê-la e ouvi-la; e achei que vocês iriam nos compreender!

-Como? Vocês comem carne, e carne humana! Aberrações!

-E você nunca comeu carne?

-Ora, já, mas estou no processo de me tornar totalmente vegano e não tenho recaídas faz três meses!

-Saiba que comemos carne humana para diminuir o número de pessoas que comem carne dos pobres animais indefesos. Quantos bois e frangos você já não comeu, que poderiam estar livres agora se você tivesse servido com seu corpo uma família inteira da periferia? Não tem preocupação social?

Os olhos do garçom ficaram arregalados com ódio e desprezo. As pessoas sentadas pelo restaurante se levantaram e se aproximaram da mesa. Achei que eles iam nos brutalizar e nos expulsar do restaurante à chutes como outras vezes...

-Ela tem razão!; Disse uma mulher com chapéu de aba e sobretudo.

Todos voltaram-se a ela, que tirou o chapéu e revelou ser nada mais, nada menos que Ivete Sangalo, ídolo de nossa cultura desde que lançou seu hit "Canibal", anos atrás. Ivete continuou:

-Temos que lutar por estas pessoas oprimidas, elas só querem ser compreendidas e fazer deste um mundo melhor, sem pessoas comendo carne de animais que sofrem todos os dias.

A autoridade de Ivete foi o suficiente para todos no restaurante largarem o que estavam fazendo para aplaudirem intensamente. Tomado pelo remorso, o garçom falou:

-Agora eu vejo a verdade! Muito bem! Por acaso, me chamo Pierre Windsor Romanov, e tenho ancestralidade francesa, inglesa e russa. Vocês têm meu consentimento para me matar e me comer!

Aquele momento foi mágico. As pessoas voaram no garçom e começaram a usar seus garfos e facas sem ponta até ele morrer. O cozinheiro, comovido, mobilizou toda a equipe para usar toda a carne do garçom e alimentar o restaurante inteiro, além de preparar miúdos para o sopão dos moradores de rua. Hoje teria carne na sopa para eles! Inacreditável como a carne humana pode prover. Naquele momento, fomos todos como um no restaurante, canibalizando cada um em sua mesa o reformado garçom.

Mas minha filha Nina estava triste. Perguntei para ela o que aconteceu, e ela me disse, cabisbaixa:

-Papai, o sanduíche com o coração russo mal passado está bom, mas eu queria dedinhos finlandeses fritos!

É difícil achar dedinhos de crianças em locais não especializados. Tentei anima-la, mas ela ficava cada vez mais chateada. Foi quando Ivete veio na nossa mesa e de seu sobretudo tirou um saquinho transparente, com um monte de dedinhos no gelo.

-Eu carrego comigo estes dedinhos de crianças finlandesas para lanchar entre meus shows, mas você pode comer todos, Nina. Você merece.

Todos aplaudiram mais uma vez, e o cozinheiro imediatamente fritou os dedinhos para minha Nina. Ao final do almoço, descobrimos que o famoso alfaiate João Camargo estava no restaurante comendo os pés do garçom. Ele se ofereceu para curtir a pele do garçom e fazer um belo par de luvas bem fashion para minha Nina!


Que dia, amigxs! Que dia!

Foi uma pequena vitória para o movimento, mas uma grande bênção para minha família.

Em breve, o segundo post desta série. Pelo fim do preconceito!